21 setembro 2009

Política - 21/09/2009








Economia Brasileira, Recuperada ou Não? Este curto texto, mostra um pequeno parecer do que está acontecendo com a nossa economia.


Para entender o atual momento da economia brasileira é preciso, acima de tudo, saber separar o que o governo diz daquilo que ele realmente faz.  É preciso fazer uma distinção entre o que é prática real e o que é mera retórica eleitoreiro-populista.


Que o governo brasileiro é pródigo em bravatas e em discursos de fácil apelo popular, é algo de que todos já sabem.
Duas coisas foram muito comemoradas pelo governo e pela mídia recentemente: o aumento do PIB do segundo trimestre deste ano em relação ao primeiro trimestre, e a queda no desemprego.
Economistas keynesianos - isto é, todos os economistas do governo e da mídia - dizem que isso é resultado do aumento dos gastos do governo, das famílias e do aumento de crédito.  Donde eles concluem que, não só houve uma intervenção governamental, como também ela foi essencial para "salvar" a economia.


Portanto, podemos dizer que o governo acertou ao cortar impostos e ao não fazer políticas deliberadamente voltadas para a manutenção artificial dos preços.  A deflação de preços ocorrida no setor de matérias-primas industriais e agrícolas obrigou esse setor a fazer suas correções e, não obstante o processo seja doloroso, a reconfiguração desse setor lhe dará musculatura para o futuro.
A queda nos preços desses bens de produção, aliada a um alto volume de estoques, aos cortes nos impostos e ao crédito facilitado, gerou um maior volume de vendas do bens de consumo final produzidos por esses insumos, o que beneficiou principalmente os mais pobres.  Esse maior consumo ajudou a manter alguns setores comerciaisem expansão.  Porém, assim que esse estímulo acabar - seja por meio do fim do incentivo fiscal, seja por meio do aumento dos juros - esses setores terão dificuldades.  E eles terão de combatê-las via deflação de preços.
Já o crédito concedido ao setor da construção civil o manteve aquecido durante toda a crise.  Embora a princípio essa possa parecer uma política acertada, inevitavelmente haverá uma correção no longo prazo.  A questão é quando esse longo prazo chegará.  Considerando-se que o governo federal está envolvido em programas como o Minha Casa, Minha Vida, é muito difícil imaginar que os subsídios irão acabar num futuro próximo.  Quem está envolvido direta ou indiretamente nesse setor vai se dar bem - à custa do contribuinte.
O setor de comércio e o setor de serviços, como já explicado pela teoria, são os que menos sentem crises econômicas.  Uma possível queda na demanda por esses setores dificilmente gera demissões em massa.  E não houve essa queda.




A aparente recuperação da economia brasileira pode ser creditada principalmente à queda de preços no atacado, o que beneficia o consumo principalmente dos mais pobres e reaquece a economia.  De acordo com as estatísticas divulgadas pelo IBGE, foi exatamente o consumo das famílias a força-motriz do PIB.  Porém, apenas com consumo, e sem investimentos, a recuperação não é sustentável.  E os investimentos não estão aparecendo.  Ao contrário, recuaram 17% em relação ao mesmo período de 2008.
Boa parte desses gastos em consumo também ocorreu em decorrência do crédito facilitado oferecido por alguns instrumentos do governo.  Assim que esse crédito encarecer - uma inevitabilidade - haverá uma correção no nível de consumo, o que pode afetar o PIB.  Outra preocupação é o nível de inadimplência, que pode subir e dificultar ainda mais a concessão de crédito para os bons pagadores.
Da mesma forma, se não houver investimentos - algo que só é feito quando se sabe que a demanda será constante, e não temporária - um alto nível de consumo é insustentável.  Afinal, as pessoas vão consumir o quê?  Desnecessário lembrar que a produção deve anteceder o consumo.
Já os gastos do governo e a carga tributária seguem engessando os rendimentos do setor privado, o que desestimula a ida de cérebros para esse setor e incentiva os melhores a buscar refúgio no setor público, que não produz riqueza.  Um país no qual os mais preparados estão em busca do setor destruidor de riquezas não pode vislumbrar um futuro espetacular.  E não há o menor sinal de que essa tendência será revertida num prazo humanamente suportável.


Fonte: http://www.mises.org.br





4 comentários:

The Reaça disse...

Ta faltando a fonte!

Matheus Xavier disse...

Tinha me esquecido, mas agora Coloquei!
Vlw oZzamA!

^^
;)

Jodirra disse...

Ou seja: Keynesianismo = Populismo. - Uma prosperidade artificial as custas do contribuinte, inibindo o espirito empreendedor - que é o principal motor de uma pujança social verossímil; sobretudo pela geração de empregos efetivos. A maior politica de inclusão existente, é a do incentivo ao emprego, no qual se desponta como principal motor o setor privado -; enquanto o governo se voltar a Bolsas-Esmola! O Estado de Letargia excludente permanecerá ¨ad eternum¨.

Matheus Xavier disse...

"Bolsas-Esmola"

teses e mais teses, o que você disse é certo!
mas a atual situação economica do Brasil e de outros países, forçam o Estado a criarem políticas públicas de Assistencia Social.
é um caminho errado, mas os interesses políticos atuais, somados com o nível de ignorancia da maior parte da população brasileira (pobres e miseráveis) resulta no tão errado "[i][u]Bosta Familia[/i][/u]"